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Gustavo Bastos - 11:21


Gustavo Bastos é um profissional formado em Publicidade e hoje é dono da agência de publicidade chamada 11:21. Começou sua carreira com 19 anos e ao longo dos anos adquiriu experiência e conquistas, prêmios e reconhecimentos, além de receber bagagem o suficiente para abrir sua própria empresa e administrá-la com maestria. Atualmente trabalha e comanda sua agência.

Fui até seu local de trabalho conversar com o Gustavo. Esses são seus relatos contando sobre o universo publicitário e a profissão em geral, confira:


- Por que escolheu publicidade? Em que momento descobriu seu desejo profissional?

Na verdade, a minha escolha foi, praticamente, por acaso. Não fui eu que percebi que daria um bom publicitário. A minha família é quase totalmente de advogados e eu sempre soube que minha área era humanas. Um sócio do escritório do meu pai era também advogado de uma agência de propaganda e, por me conhecer desde pequeno, ele me falou que achava que eu daria um bom publicitário. Eu fiz vestibular para administração e para comunicação, eu estava em dúvida sobre o que eu queria. Logo que eu passei no vestibular para publicidade, o sócio do meu pai me arrumou um estágio nessa empresa Sales (atual Publicis) e só aí fui me encantar por propaganda.


- Quem é a sua inspiração profissional?

Tem um monte de gente. Eu trabalhei alguns anos na DPZ na época que ainda era do Zaragoza, Petit e Duailibi. Eles três sempre foram inspirações para mim e toda a filosofia da DPZ, que foi durante 30 anos ou mais a agência mais premiada do Brasil. No Rio de Janeiro, grandes redatores como Mauro Matos, Carlos Pedrosa foram caras que me inspiraram bastante dentro do mercado publicitário.


- Mesmo com tanto sucesso na carreira, quando começaram os vídeos para o "Bom dia, Publicidade" você teve algum receio de não dar certo? Duvidou do seu potencial?

A gente sempre tem medo de que tudo dê errado (risos). A diferença das pessoas que fazem para aquelas que não fazem é que as que fazem, apesar do medo, vão lá e fazem. Não é que não tenham medo, todo mundo tem medo do fracasso. O "Bom dia, Publicidade" podia dar errado, mas também se desse errado era só parar de fazer. Na verdade, começamos a fazer esse projeto muito mais pelo prazer do que uma ideia comercial.


- Como é para um publicitário administrar uma empresa? Aprendeu com experiência ou estudou para isso?

Não é fácil. Eu aprendi na marra, não estudei. Eu fui diretor de uma agência antes de ser empresário, então essa experiência foi uma espécie de "estágio de empresário". Desde que abri a agência eu aprendi muito, as vezes pelo bem ou pelo mal. A vida é assim mesmo, que bom que aprendemos a vida inteira.


- Por que o nome da empresa é 11:21?

"11" São Paulo e "21" Rio de Janeiro. (referência ao DDD dos respectivos lugares)


- A 11:21 tem ou já teve algum projeto presente do dia a dia das pessoas?

90% do nosso trabalho está no jornal ou na televisão. Temos alguns anúncios de oportunidades que acabaram chegando bastante nas pessoas. Um exemplo desses anúncios foi quando o Brasil perdeu de 7x1 para a Alemanha na Copa do Mundo, nós fizemos um anúncio para Recreio Veículos brincando com esse resultado. Numa página de jornal falando o tempo inteiro sobre o jogo, o nosso anúncio era: "Vamos mudar de assunto, vamos falar de GOLF". Buscamos sempre nas propagandas levar algo para as pessoas, além de só vender.


- Existe algum gênero que cause mais impacto?

A emoção sempre tem impacto, a emoção do drama desperta nas pessoas uma coisa diferente da emoção do humor. A emoção do drama desperta mais empatia e respeito, já o humor inspira mais uma proximidade. Os dois gêneros são bem legais. Para mim, o humor para vender é mais legal pois é muito popular.


- A alma da 11:21 é a simplicidade criativa, mas é fácil ser simples?

O simples é oposto do fácil, o mais difícil é ser simples. Não só na propaganda, mas em tudo. Aquela música simples que você nunca esquece, que são cinco acordes no piano, é muito mais difícil de chegar do que uma música cheia de sons. As ideias simples na verdade são as mais difíceis de ter. É como um diamante lapidado. Você vai lapidando uma ideia até ela ficar tão simples que seja boa.


- O que difere o simples comum do simples impactante?

O simples comum é apenas simples, não tem nenhuma ideia. A junção de uma grande ideia com uma formatação simples é a simplicidade criativa. A simplicidade tem que ser muito bem executada, pois simples não quer dizer mal feito ou simplório. A grande vantagem da ideia simples é que, em geral, você tem recurso para faze-la bem-feita e acaba atingindo as pessoas por isso, atinge pela mescla entre o simples e o impactante.


- Como é ter uma ideia que para si é genial e essa ser negada ou receber críticas negativas? Como reagir com essas críticas?

Às vezes eu até concordo que não seja tão bom, mas em outras eu insisto na minha ideia. Em alguns momentos, só você vai achar seu pensamento bom, mas quando o projeto está pronto as pessoas podem te dar razão e dessa vez concordam que sua ideia é boa. Quando eu conto uma ideia, porém ninguém acha boa e eu discordo, eu anoto essa ideia e coloco na gaveta. Três dias depois eu olho de novo, com um olhar de fora como se não fosse minha, assim eu tenho noção se está boa ou se eu estava apegado aquilo.


- No seu caso como publicitário e empresário, tem como equilibrar vida pessoal e o trabalho ou exige muito tempo?

Tem como equilibrar sim. Nós temos uma regra de ser muito produtivo aqui na empresa, mas a gente não sai tarde e não trabalhamos no fim de semana. Preferimos até chegar mais cedo e almoçar rápido. Porque se não tiver vida lá fora, como se tem aquela ideia que vem da vivência de coisas? Você tem que viver pra trazer a experiência que vem de fora pra cá. Aqui é um lugar de pessoas diferentes com ideias diferentes, para que essa mistura se transforme ideias boas e clientes felizes.


- Quem ganha a batalha "Tempo (cansaço) contra Experiência"?

O que faz diferença aí é a paixão por aquilo que você faz, se não tiver paixão você fica cansado. O "x" da equação é manter a paixão sempre acesa.


- Qual o papel da propaganda na sociedade?

A propaganda fomenta os negócios, o PIB. Ela tem duas atribuições: Construir marcas e vender. Para isso usa técnicas de venda e técnicas de arte. Acho que a propaganda, como tudo, tem coisas boas e coisas ruins, mas isso não atrapalha a nobreza da profissão.


- Existe algum meio de comunicação que seja mais fácil criar e trabalhar? E algum que cause mais impacto?

A televisão é o meio que tem mais impacto, na TV você tem a chance de contar uma história e atinge mais gente. Hoje 90% das pessoas estão ligadas na televisão, tanto que 70% da verba publicitária brasileira está nesse meio. Agora, criar para nenhum veículo é fácil, sempre é difícil mas sempre é legal, é até legal por ser difícil.


- Qual seu projeto que tem mais orgulho?

O projeto que tenho mais orgulho é a minha família. Na propaganda, é a 11:21. É muito difícil escolher uma campanha sua que mais gostou, é como se fosse para escolher um filho, não tem melhor e nem pior. Sou capaz de te mostrar as 20 campanhas mais legais que eu fiz, mas uma só é muito difícil. Acho que a maior conquista é a reunião disso tudo que é montar uma agência, motivar as pessoas, ter clientes satisfeitos, que essa agência seja reconhecida e que você tenha prazer de acordar de manhã e ir trabalhar. Na vida pessoal e profissional todos terão sucessos e fracassos, todos eles fazem parte de quem você é e da sua vida. Você é uma reunião de tudo que fez, então o fracasso e o sucesso devem ser feitos com grande estilo para aproveitar o máximo do que fez na vida. A 11:21 já teve altos e baixos, mas ver que se tornou uma empresa bacana e com pessoas que querem trabalhar aqui posso dizer que esse é o maior orgulho.

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