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Rodrigo Fonseca - GL Comunicação


Rodrigo Fonseca é um publicitário formado em Desenho industrial e Publicidade e propaganda. Já recebeu alguns prêmios e homenagens atuando nas áreas de publicidade e propaganda, design, programação visual, projetos de embalagens, materiais de ponto de venda e marketing de varejo, prêmios esses como POPAI BRASIL de ouro, prata e bronze em 2010 e prata em 2008. Atualmente trabalha na GL Comunicações, empresa localizada na Barra. Fui até a agência e entrevistei pessoalmente o Rodrigo. Esses são seus relatos contando sobre o universo publicitário e a profissão em geral, confira:

- Qual a influência da GL no mercado publicitário?

Hoje a GL cuida da parte de varejo e folhetaria da Lojas Americanas, que é uma das melhores empresas de varejo que tem no Brasil. É complicado falar de influência no mercado pois o nosso poder criativo dentro da Lojas Americanas é quase zero, o que a gente faz é adaptar alguma coisa que o cliente quer. Já houve uma maior influência quando existia uma maior concorrência da Casa&Video com a Lojas Americanas aqui no Rio de Janeiro, nessa época existia uma maior disputa e influência.

- Essa limitação do cliente atrapalha de forma significativa a criatividade?

O cliente praticamente monta o projeto. Hoje em dia as agências nunca foram tão permissivas, hoje em dia o cliente faz o que quer, manda o que quer, mexe no que quer e sempre na hora que quer.

- Baseado nesse limite dado pelos clientes entra a política de responsabilidade criativa?

É complicado falar de responsabilidade criativa uma vez que você é imposto a fazer o que o cliente quer, não aquilo que é certo, não aquilo que se estudou para fazer. Então hoje temos muito mais irresponsabilidade criativa – faz porque estou pagando – do que o contrário.

- Existem pessoas que estão no universo da publicidade apenas pelo dinheiro ou somente aqueles que possuem talento ganham espaço?

Além de estarem apenas pelo dinheiro, hoje em dia com o avanço da tecnologia e a facilidade de mexer, o mercado ficou inchado de “sobrinhos” que sabem fazer publicidade. De repente é uma pessoa que nem estudou para aquilo, mas aprende a parte técnica que é mexer no computador e começa a trabalhar. Eu vejo como um ponto negativo, mas não tem como evitar.

- O cliente limita a criatividade, mas e o ambiente de trabalho, esse auxilia na criação?

Auxilia, se você tem um ambiente mais agradável, não digo só de parte física, mas do pessoal auxilia sim. Se você tem uma dificuldade de fazer algo que quer profissionalmente – falando da parte criativa – e você trabalha com pessoas que não se identifica fica pior ainda. Em muitas das vezes você tem que trocar informação, de repente tem que fazer algo que você não conhece muito bem, mas seu companheiro de trabalho entende.

- No passado a existiam outros projetos, a empresa destina uma equipe para cada projeto ou todos trabalham em tudo?

Não, no meu ponto de vista deveria ter uma equipe para cada projeto, mas não tem. Temos alguns outros clientes como FemalePet e a Yatch Collection, então estamos fazendo o folheto aqui e de repente temos que parar para vender outro tipo de produto. Para mim isso é dar um tipo no pé da criatividade da pessoa.

- Como é a responsabilidade de trabalhar com uma empresa grande tendo que cumprir prazos e garantir qualidade?

O prazo é sempre cumprido, trabalho aqui há 13 anos e nunca atrasou folheto, não existe essa possibilidade. É certo que já trabalhamos muito mais, há alguns anos trabalhamos muito mais que hoje, havia necessidade de ficar até mais tarde no trabalho. Já trabalhei até 2 ou 3 horas da manhã.

- Já trabalhou numa área onde não houvesse esse limite de criatividade?

Eu já fui Diretor da Aol Time Warner, eu cuidava da CNN, TNT, Boomerang e Cartoon. Eu gostava mais de fazer trabalho pro Cartoon e lá sim existia uma liberdade criativa, além do salário ser em dólar, a verba concedida era favorável para criação de grandes projetos.

- As disputas de ideias entre os publicitários é uma saudável ou existe um trapaça, um lado negro?

Trabalhei numa agência chamada ACME comunicação e era muito saudável. No processo entre as equipes existia uma disputa mas de maneira amigável.

- Num ramo de ideias e opiniões a subjetividade está sempre presente, então o que é bom para um não é para outro. Como é ter uma ideia que para si é boa e essa ser negada ou receber críticas negativas?

Por incrível que pareça em publicidade você tem 90% de trabalho, informação e coisas que se assimila da tua vida pessoal e 10% de inspiração. Esse pensamento de que temos uma ideia genial do nada sem mais nem menos não existe, pelo menos pra mim não existe. A ideia ela vem num acúmulo de coisas que você faz na sua vida, de filmes que vê, livros que lê, pessoas que conhece e você vai de certa forma pegando aquilo que acha bom e meio que vai adaptando para sua necessidade. Eu não tenho o pensamento de que isso é uma arte então não sofro quando alguém não gosta da minha ideia, se não for aceita eu parto pra outra coisa, outra ideia.

- Existe algum meio (jornal, televisão, folheto, etc.) que seja mais fácil de trabalhar?

Por eu ter feito primeiro desenho industrial, eu gosto de trabalhar mais com ponto de venda, gosto mais de enfeitar a loja do que fazendo um anúncio pra vender um produto. Me identifico mais criando um display ou uma peça pra colocar na loja e fazer aquele produto ser vendido do que um anúncio, mas isso vem comigo desde a época de desenho industrial.

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- O publicitário pode ter uma especialidade, tanto em meio de comunicação como em gênero, ou é necessário um domínio completo da “arte”?

Quanto mais você souber para si é melhor pois você pode fazer outras coisas, atuar em várias áreas e até fazer Freelancer daquilo que não necessariamente seja seu trabalho.

- Existe algum tipo de gênero (humor, drama, etc.) que causa mais que impacto?

As pessoas falavam, principalmente na época que eu fazia faculdade, que existia o “golpe baixo”, usou criança ou animal num comercial é “golpe baixo”. Apenas com isso 80% já gosta. Na década 90 teve um comercial premiado da Cofap onde um dachshund (cachorro) era o foco do comercial e a popularidade foi tanta que a raça ficou conhecida como “Cofap”. Em contrapartida, nessa época a empresa quase faliu pois o comercial era apenas engraçadinho, o produto não teve a mesma popularidade.

- O publicitário consegue equilibrar a vida pessoal e o emprego ou o trabalho exige tempo demais?

As pessoas dizem que hoje na GL trabalhamos até pouco, tem outras agências que as pessoas trabalham muito mais. É uma questão de prioridade que você define na tua vida. Óbvio que se pegar um garoto que acabou de fazer faculdade e está numa agência grande acreditando no trabalho, ele vai dar o sangue e vai ficar o tempo que por preciso. Eu, por exemplo, sinceramente não consigo mais ficar aqui até tarde, não tenho por que e nem paciência.

- Com o passar do tempo a experiência ajuda em novos projetos ou a idade e cansaço atrapalham na criatividade?

O tempo atrapalha muito, fico de saco cheio. Não apenas tempo de idade mas o tempo de jornada de trabalho. A experiência ajuda mas o tempo castiga.

- Qual o papel do publicitário na sociedade? Pode existir aquela influência negativa?

Publicitário é aquele que decifra a sociedade para o ramo da comunicação. O publicitário vende Coca-Cola que rói o estômago dizendo que faz bem, pega um político corrupto e passa a imagem de herói da nação, é o publicitário que faz isso. Com as ferramentas que conhece acaba conseguindo criar uma afinidade entre o cliente e o produto fazendo-o pensar que aquele é o melhor, mesmo que não seja. Posso citar o exemplo da Apple onde, em questões técnicas, alguns celulares da Samsung são muito melhores mas a marca Apple tem mais valor comercial e relação com status.


- O publicitário vende ideias ou deve ser um contratado para ter seu espaço?

Eu acho que nesses casos as pessoas dão risada de quem vai lá expor uma ideia, não vão dar atenção. Relações de maneira informal não dão muito certo.


- Qual foi sua maior conquista profissional?

Foi o CircuiToon, meu primeiro projeto que dentro do Cartoon Network. Era uma cidade inflável com diversas atividades para as crianças. Eu estava muito empolgado com aquilo, recebia muito bem e o projeto foi aprovado e chegou até Atlanta, recebi vários prêmios por causa desse projeto.

 

Quem se interessar pelo trabalho do Rodrigo e quiser saber um pouco mais sobre alguns trabalhos desse profissional é só acessar os links abaixo:

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